sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Marketing Digital nas Redes Sociais

 Uma pesquisa realizada pela consultoria A.T.Kearney
apontou que o Brasil é o país no qual os internautas passam mais tempo na internet. Entre mil entrevistados no Brasil, 51% afirmaram que passam o dia todo conectados, sendo predominante a taxa de uso em redes sociais. Esse fato vem chamando a atenção das micro,pequenas e grandes empresas que utilizam as redes como ferramentas de marketing digital.

Segundo especialistas, o marketing digital está se tornando cada dia mais importante para os negócios e para as empresas.  O crescimento do marketing pela internet deve-se aos benefícios proporcionados tais como: conforto,menor custo, relacionamento mais próximo, rapidez e a possibilidade de coletar dados mais detalhados. Uma pesquisa realizada pela  Value of Social Media Report in association with Online Marketing Summit (2009) aponta que a rede social mais utilizada com fins de marketing digital é o Facebook.


A Coxinha deMainha, produto comercializado no Campus de Ondina, na UFBA, construiu sua fama através do marketing que realizou no Facebook. Em aproximadamente 3 meses de uso, a página tem cerca de 1.264 curtidas atualmente e um grande  alcance das publicações. 
Segundo a administradora da página, Priscila Santos, após a criação da página e o marketing desenvolvido nela, o produto vendido ganhou grande notoriedade. Esse é apenas um exemplo, mas hoje, mais de dois milhões de pequenas empresas brasileiras estão presentes no Facebook e cerca de 80% dos brasileiros ativos na rede social, um total de 72 milhões de pessoas estão conectados a uma dessas páginas.

Pensando nisso, o Facebook quer ajudar os empreendedores a alavancarem suas páginas. Até o final do ano a comunidade de Heliópolis,em São Paulo,deve ganhar um centro de treinamentos em mídias sociais. Nele, jovens e comerciantes poderão fazer cursos para aprender a usar o Facebook como ferramenta de marketing para seus pequenos negócios, sejam eles padarias,lojas ou lanchonetes.

Um exemplo de um caso de sucesso de marketing derelacionamento é a Fan Page da Prefeitura de Curitiba. Há pouco mais de um ano, essa fan page tem chamado a atenção de usuários pela criatividade e bom humor. Postagens de comunicação institucional misturam-se a atualizações com referências a vídeo- games, memes e séries de TV.  É incomum vermos uma página séria desejando boa noite aos usuários ao som de Grizzly Bear “Yet Again” .

Outro episódio que gerou grande repercussão foi o Casamento da Prefs Através de uma integração entre as marcas, a prefeitura de Curitiba e do Rio de Janeiro resolveram promover uma ação social. A Prefeitura do Rio de Janeiro pediu em casamento a prefeitura de Curitiba. Naná Coutinho, a social media à frente da prefeitura carioca, disse ver na “paquera” um jeito divertido de interagir.
O casamento teve noivado e lista de presentes da #ListadaNoiva. Entre os pedidos da lista de presentes, feita pela Prefeitura de Curitiba estavam : Levar 50 crianças ao cinema e 50 crianças ao teatro, doar 100 livros para escolas municipais, limpar 20 paredes pichadas,criar uma ação de resgate da autoestima de mulheres vítimas de violência, entre outros.

O casamento foi chamado de “Casamento Vermelho” (inspirado em Game of Trones). A cor escolhida foi porque nesse dia, os fãs foram convidados a participar da doação de sangue. O Hemobanco afirmou que as doações de sangue no dia marcado ultrapassaram a capacidade diária. Todos os pontos de doação receberam um número excedente de pessoas, muito além do que normalmente recebem. 

Como as redes sociais na Internet ampliaram as possibilidades de conexões, aumentaram também a capacidade de difusão de informações que esses grupos possuíam. No espaço off-line, uma notícia ou informação só se propaga na rede através das conversas entre as pessoas. Nas redes sociais online, essas informações são muito mais amplificadas, reverberadas, discutidas e transmitidas.


Autora: Priscila Silva

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

“O verdadeiro computador é a rede”



Quando algo passa a fazer parte do cotidiano, torna-se imperceptível. Pra que tirar uma foto, revelá-la e guardá-la em um álbum de família ao qual as pessoas só terão acesso se forem a sua residência, se pode compartilha-la em tempo real com milhares de pessoas pelas redes sociais? Porque guardar seus questionamentos, seus feitos, seus pensamentos, suas descobertas se pode compartilhar com o resto do mundo?
Todos podem se tornar emissores e produtores de sentidos, compartilhando e criando conteúdos em tempo real. Essa evolução na interatividade comunicacional é promovida pela cibercultura.
A cibercultura se origina da ligação entre cibernética e cultura. A cibernética é uma ciência voltada para a tecnologia avançada. No contexto atual, a tecnologia se relaciona com a cultura, contemplando fenômenos relacionados ao ciberespaço. Segundo Pierre Lévy, o ciberespaço é o novo meio de comunicação que surge da intercomunicação mundial dos computadores.
Em seu livro Ciber-Cultura-Remix, o professor André Lemos, caracteriza a cibercultura por três “leis” fundadoras, que ajuda a entender os fenômenos do ciberespaço, o sistema pós-massivo e o contexto comunicacional atual e seus desdobramentos:

A primeira lei é a da liberação do pólo da emissão

As mídias de massa pré-digitais mantinham os indivíduos isolados, anônimos, uma massa atomizada. Seu público era passivo e homogêneo, cultivavam apenas a cultura da leitura. Se o “alvo” é alcançado, a informação obtém o efeito esperado. Com a liberação do pólo da emissão há uma compreensão verdadeira da frase de Lasswell: “Nem todas as pessoas são membros do público mundial”. A cibercultura trouxe possibilidade de ampliar a leitura, e o principal, permitiu a produção de conteúdo sem a necessidade de autorização prévia.

A segunda lei é do princípio de conexão em rede

Essa produção de conteúdo só tem sentido quando compartilhada em rede. Trata-se da segunda lei da conexão generalizada e aberta. Socializo logo existo. Começa com a transformação do PC (computador pessoal, início da microinformática em 1970) em CC (computador coletivo, com o surgimento da internet e sua popularização nos anos 80 e 90), e o atual CC móvel (computador coletivo móvel) a era da ubiquidade e da computação pervasiva desse início de século XXI com a explosão de novas tecnologias.

A terceira lei é a da reconfiguração de formatos midiáticos e práticas sociais

As pessoas devem evitar a lógica de substituição, porque a ideia de reconfiguração vai além da remediação de um meio sobre o outro. A maior prova é o fato de atualmente existirem dois sistemas em funcionamento no âmbito comunicacional: o sistema de massa da informação controlada, mediada e confiada e o sistema pós-massivo da informação aberta. Sendo esta uma era riquíssima em possibilidades de acesso a informação imediata. Não há como saber o futuro dos recursos massivos que temos hoje, porém já ficou claro que um meio não veta a circulação de outro. A televisão não acabou com o rádio, assim como os e-books não exterminam os livros físicos.
A cibercultura causou diversos desdobramentos comunicacionais, atendeu a emergência de vozes e discursos fazendo com que a informação circule de forma rápida e aberta. Hoje já existem mais objetos conectados a rede, que pessoas no mundo. O que Albert Einstein chamou de bomba das telecomunicações, foi chamado por Roy Ascott, de segundo dilúvio o das informações, por conta da natureza exponencial, explosiva e caótica de sua quantidade de dados.
Isso leva a três pontos contemporâneos que se interligam: o excesso de informação, a quantidade de dispositivos e a presença desses dispositivos no cotidiano, ou seja, Big Data, Internet das Coisas e Computação Ubíqua.


O que é cibercultura?

Cibercultura





Da era do mainframes ao paradigma da computação ubíqua

Segundo McLuhan em sua obra Os meios de comunicação como extensões do homem, o computador consiste numa extensão do sistema nervoso central do homem. Os primeiros computadores de grande porte chamados de mainframes, normalmente eram utilizados somente para processamento de grande volume de dados (O termo mainframe se refere ao gabinete principal que alojava a unidade central de fogo nos primeiros computadores).
Até o início da década de 60, estas máquinas eram construídas exclusivamente para agências governamentais e para fins militares.
Enquanto os mainframes ocupavam grandes salas e consumiam enormes recursos, em meados da década de 1970 surgem máquinas menores e mais baratas chamadas de PC (computadores pessoais), dando inicio a microinformática. Esses computadores deixaram de utilizar válvulas de vácuo para passarem a ser gradualmente transistorizados o que os levou a serem mais duradouros, pequenos, eficientes, fiáveis e baratos.
Mas o mundo só começa a dar seus primeiros passos para tornar-se uma “Aldeia Global” com o surgimento da internet e através dela o CC (computador coletivo). Afinal, “O verdadeiro computador é a rede”.
Evoluindo mais um pouco chegasse ao CC móvel (computador coletivo móvel) e a computação pervasiva. Como foi dito no inicio desse texto algo que passa a fazer parte do cotidiano, torna-se imperceptível. É assim a presença direta e constate da informática e da tecnologia na vida das pessoas.
A computação pervasiva ou ubíqua tem o objetivo de integrar totalmente a relação tecnologia/máquina com os seres humanos, de forma tal que seja invisível, no sentido de automático (utilizar sem perceber). Os computadores fazem parte da vida das pessoas de tal maneira que se tornam “humanos”, com seus sistemas inteligentes, que os tornam onipresentes.
Um exemplo prático desta funcionalidade são casas que podem ser controladas por meio da tecnologia ubíqua; iluminação pode ser acionada, ligar ou desligar televisores e equipamentos eletroeletrônicos, até o monitoramento de pessoas acamadas ou controlar os itens da dispensa pelo prazo de validade, entre outros.
O futuro breve da computação pervasiva é a interação total, não somente de celulares, computadores, televisores ou e-books, mas também de outros dispositivos como, por exemplo, vários dispositivos domésticos, geladeiras, TVs, lavadoras de roupa, cafeteiras, entre outros. Esta previsão está dentro do que se conhece como Internet das Coisas (A “Internet das Coisas” se refere a uma revolução tecnológica que tem como objetivo conectar os itens usados do dia a dia à rede mundial de computadores.).
O mundo já é repleto de informações que crescem a cada milésimo se segundo. Milhares de dispositivos estão conectados neste exato momento alimentando a rede. No balanço de dados do ano passado (2013) 43% da população brasileira tinha internet em casa, mais de 102,3 milhões de internautas, isso quer dizer que são milhares de dados lançados na rede somente no Brasil. Com a computação pervisiva e a internet das coisas a quantidade de informações vai se multiplicar e haverá a necessidade de uma organização inteligente dos dados. Nesse contexto surge o Big Data, justamente para evitar o “caos” do excesso. Big Data refere-se a um grande armazenamento de dados e maior velocidade. Diz-se que o Big Data se baseia em 5"V" : velocidade, volume, variedade, veracidade e valor.





Big Data é conceituado como um conjunto de dados extremamente grandes e que, por este motivo, necessitam de ferramentas especialmente preparadas para lidar com grandes volumes, de forma que toda e qualquer informação nestes meios possa ser encontrada, analisada e aproveitada em tempo hábil.
Com as informações em mãos uma empresa pode utiliza-las para melhorar um produto, criar uma estratégia de marketing mais eficiente, cortar gastos, produzir mais, evitar o desperdício de recursos, superar um concorrente, disponibilizar um serviço a um cliente de maneira satisfatória, no caso das redes sociais adquirir mais usuários, seguidores e etc. O Facebook é um exemplo de empresa que se beneficia de Big Data: as bases de dados do serviço aumentam todo dia e são utilizadas para determinar relações, preferências e comportamentos dos usuários.
As tecnologias atuais nos permitiram aumentar exponencialmente a quantidade de informações no mundo e, agora, empresas, governos e outras instituições precisam saber lidar com esta "explosão" de dados. O Big Data se propõe a ajudar nesta tarefa, uma vez que as ferramentas computacionais usadas até então para gestão de dados, por si só, já não podem fazê-lo satisfatoriamente.
Tomado como base apenas a internet, a quantidade de dados que são gerados diariamente somente nas redes sociais; a imensa quantidade de sites na Web e blogs; as ascendentes compras on-line por meio até do celular, quando o máximo de informatização que as lojas tinham em um passado não muito distante eram sistemas isolados para gerenciar os seus estabelecimentos físicos.
Em suma, estar em rede condiciona o indivíduo a tornar-se produtor. As informações produzidas de diversos dispositivos são em seu total valiosíssimas. O volume de dados conduz a necessidade de aproveitá-los ao máximo. Com isso, a cibercultura promoveu e continua promovendo a interatividade comunicacional na era da ampla leitura e principalmente da escrita livre.



Autora: Paula Trindade

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Câmeras de vigilância: suas fases e a privacidade






A necessidade em obter uma sociedade mais integra e organizada ganhou novo conceito no final do século XVIII, quando o filósofo e jurista inglês Jeremy Bentham nos trouxe a ideia do Panóptico. O objetivo era estabelecer um edifício em forma de anel e cheio de salas (ou prisões), com uma torre no centro, onde alguém estabeleceria a vigilância das pessoas. A ordem seria mantida, pois ao saber que estava sendo vigiado, o indivíduo iria temer ser castigado por algum ato errado. De acordo com Bentham, em cada compartimento do edifício haveria: uma criança aprendendo a escrever, um operário a trabalhar, um prisioneiro a ser corrigido, um louco tentando corrigir a sua loucura, entre outros.


“...induzir no detido um estado consciente e permanente de visibilidade que assegura o funcionamento autoritário do poder. Fazer com que a vigilância seja permanente nos seus efeitos ... que a perfeição do poder tenta tornar inútil a actualidade do seu exercício...” Foucault,(1997), pag:166.

Os anos foram passando e com o avanço tecnológico tornou-se possível adaptar a ideia do Panóptico não a um local específico, mas a qualquer parte através das câmeras de vigilância. Elas tiveram um amplo desenvolvimento mundial, após o atentado de 11 de setembro nos Estado Unidos. Segundo notícia do Observatório de SegurançaPública – SP, nesse período em Nova York, foram instaladas cerca de 6.000 câmeras de segurança. Mas, uma das cidades apontadas com maior índice de vigilância é Londres. Na década passada, no ano de 2007, a Folha de S. Paulo divulgou que a cidade possuía cerca de 4,2 milhões de câmeras nas ruas, sendo uma câmera para cada 14 habitantes.

O ato de vigiar tornou-se de grande relevância não apenas em ruas, mas em empresas, ônibus e casas por exemplo. A sensação de segurança foi algo que se concretizou no imaginário de muitas pessoas, nos fazendo lembrar um dos ideais do sistema panóptico: onde há uma câmera posicionada, o indivíduo poderá evitar fazer algo de errado (mesmo sem saber se realmente há alguém o observando do outro lado). Então se estabelece a ideia de que um ônibus coletivo não foi assaltado porque o suposto ladrão se intimidou diante da câmera de segurança. Mas sabemos que isso não é frequente. E em relação a moradia, a um caso que ocorreu no ano de 2012 que vale ser destacado. Um empresário, na Alemanha, impediu um assalto em sua residência na cidade de São Paulo, graças ao seu sistema de segurança. Confira aqui o vídeo.



Assim sendo, podemos perceber que houve um avanço no sentido inicial dado as câmeras de vigilância. Elas não são apenas algo para vigiar, mas também para proteger de alguma forma o cidadão. O artigo CAMVIG: Da Câmera de Vigilância para a Câmerade Proteção, põe em questionamento a real confiança que obtemos destes objetos. O artigo relata que “partiu-se da observação de que o planeta está sendo observado o tempo todo por inúmeros dispositivos que possibilitam a captura de imagens (fixas e em movimento) (...). Observa-se então, visualizando especificamente as câmeras de vigilância, que este uso tem deixado muitas dúvidas sobre a sua eficácia enquanto modo de inibir ações indesejadas ao mesmo instante que trás novas formas de ver o mundo”. Ou seja, com as câmeras de vigilância, a segurança pode ter sido aumentada, mas não estabelecida por completo. Assaltos, por exemplo, ainda continuam a ocorrer, mesmo com o ladrão sabendo que o seu rosto está sendo filmado.





O Espetáculo da Realidade


A câmera se constituiu em várias fases, seja para vigilância, proteção ou entretenimento (com a TV e o cinema). E este ato de entreter ganhou nova forma, desde os anos 90, passando a ser um espetáculo. Os realitys shows se baseiam em mostrar a vida de pessoas comuns para outros milhões. No Brasil, o famoso programa global Big Brother Brasil vai chegar ano que vem a sua 15º edição, mostrando o dia-a-dia de pessoas que são confinadas em uma casa, concorrem a prêmios, armam “barraco” e causam polêmica. Tudo isso para ganhar milhões, não só de fãs pelo país, mas principalmente milhões de reais.

Isso nos faz lembrar alguns ideais contidos na teoria da Sociedade do Espetáculo, trazida pelo escritor francês Guy Debord, onde, de acordo com o Wikipédia “o ponto central de sua teoria é que a alienação é mais do que uma descrição de emoções ou um aspecto psicológico individual”. Ou seja, as pessoas pensam em perder sua privacidade a fim de ter recompensas não apenas em dinheiro, mas de fama e reconhecimento. Mas, muitas vezes não conseguem obter uma imagem positiva aos olhos dos telespectadores, e sua vida torna-se um espetáculo a ser assistido por todos sem alcançar o que almejava.


E o espetáculo continua, nas redes sociais


As câmeras estão contidas literalmente em todas as partes – não só nas casas ou ônibus, como eu havia colocado anteriormente –, mas nas mãos das pessoas, através do celular, tablets ou câmeras digitais. Qualquer um pode filmar ou fotografar algo e postar instantaneamente em alguma rede social. Porém, há casos em que essas filmagens ou fotos são violadas e caem nas redes sem o consentimento de quem aparece nas imagens. Isso ocorre entre pessoas comuns (podendo causar o que se chama de bullying virtual, relatado em outro post deste blog) e também com pessoas famosas.

A atriz Carolina Dieckmann, por exemplo, obteve fotos íntimas divulgadas por hackers. Esses são indivíduos que se dedicam a conhecer e modificar os aspectos mais internos de dispositivos, programas e redes de computadores. Muitos utilizam seus conhecimentos para algo mais produtivo, porém há outros que não. 

Visando uma relação mais segura com seus seguidores, o Facebook irá alterar sua política de dados e privacidade a partir de janeiro de 2015. Veja algumas mudanças que irão ocorrer, de acordo com notícia do site r7.com:

. Se você acessa o Facebook por um smartphone com sistema operacional Android 4.4, a rede social irá coletar essa informação e ainda utilizar o GPS para saber a sua localização. Ao saber onde você está, o Facebook poderá até mesmo indicar locais próximos ou mudar o idioma utilizado.

. O uso dessas informações serão utilizadas para que os usuários tenham uma navegação mais personalizada na rede social. Ao saber que você costuma frequentar teatros, por exemplo, o Facebook poderá te indicar páginas e publicações que possam ser interessantes para você.

. Além disso, a empresa afirma que eles não “vendem” dados extre


mamente pessoais, como endereço ou documentos, apenas idade, sexo, gosto musical, locais que frequenta, entre outros. De acordo com eles, é impossível identificar o seu perfil por nenhuma empresa.



. Caso o usuário não aceite essas condições e não deseja que seus dados sejam compartilhados, o Facebook afirma que todas as informações referentes ao usuário são apagadas definitivamente assim que o perfil é excluído. Além disso, parte de alguns dados são deletados mesmo com a conta ativa, ou porque não são relevantes, ou porque já foram utilizados para os fins que o Facebook deseja.


. Os cookies do Facebook também passarão por uma repaginação a partir de janeiro de 2015. Cookies são “marcações” que os sites colocam no usuário para poder rastrear a sua navegação na web. Independentemente do navegador, ao entrar no Facebook pela primeira vez, você recebe um “carimbo” e com isso a rede social pode saber que sites você acessa e identificar melhor os seus hábitos online.



Autora: Lorena Correia

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Ciberfeminismo: novo espaço e novo rumo

                              Construção de gênero e a consequência no futuro



Pense em uma sociedade que já direciona o futuro das pessoas antes mesmo delas nascerem. Pensou? Não, não é uma sociedade dividida em castas. É a nossa sociedade brasileira e de outros países que incentivam como a criança vai atuar no mundo, dependendo do seu sexo. Dizer que bonecas e panelinhas são brinquedos para meninas, enquanto jogos de montar e de lógica são para meninos, só reforça o sexismo.

As bonecas servem para treinar como ser uma boa mãe, as princesas ensinam a esperar pela salvação do príncipe encantado e as panelinhas a como cuidar da casa. Para os meninos, porém, os heróis que irão salvar o mundo, a liberdade e a quase certeza de que serão engenheiros, médicos brilhantes ou a profissão que queira, já que estão ambientados nesse mundo introduzido em forma de  brincadeira, mas que tem sérias intenções.

Confira agora uma menina que critica o sexismo da indústria de brinquedos:
O movimento feminista está sempre colocando os brinquedos como pontos importantes no direcionamento dos campos de interesse escolhidos pelas futuras “mulheres” , termo que precisa ser entendido como construção de gênero, porque como a conhecida frase de Simone de Beauvoir diz: “não se nasce mulher, torna-se mulher”. As escolhas costumam ser imposições disfarçadas.

Eu escrevi em forma de texto literário, abril de 2014, como existe a imposição da boneca para as meninas, como forma de aprender a ser mãe e cuidar do lar. O texto foi publicado no site da Revista Fraude - Petcom - UFBA.
                     
                         O BRINQUEDO QUE ME FOI IMPOSTO

 ''Quando criança, eu ganhei uma boneca em forma de bebê. Não me perguntaram se eu queria outro brinquedo. Um jogo de montar, talvez. Deram-me e pronto. “Cuide da bonequinha como se fosse um bebê de verdade”, diziam-me as mentes repetitivas. Eu não gostava muito de brincar de ser mãe. Não queria cuidar. Queria correr, pular, soltar-me ao vento. Via meu irmão fazendo isso e ficava a me perguntar: Por que não eu?. “Você é menina, não pode ficar por aí feito um moleque-macho. Ele pode, você não”. Para tentar me convencer do comportamento que eu deveria ter, falavam da minha prima: “Olha pra ela, sabe cuidar direitinho da boneca. Vai ser uma boa mãe, uma boa dona de casa”. E, diante disso, eu me sentia sem as qualidades que uma menina “deveria” ter. As pessoas me diziam: “Você não sabe se arrumar feito uma menina, não é VAIDOSA”. Como se a falta de vaidade fosse um pecado, pelo fato de eu ser uma garota. Eu ficava questionando: Por que não cobravam isso dos meninos? Por que os meninos podiam ser bagunceiros e desleixados? Por que tinham vantagens sobre as meninas? E me diziam: “Porque tem que ser assim”. Mas aos poucos, ao envelhecer, fui entendendo que isso se chama construção de gênero. E que os comportamentos de mulheres e homens não foram gerados de forma espontânea, foram criados e impostos, delegando o papel de cada pessoa, de acordo com o sexo, na sociedade. E a menina que ficava se perguntando os motivos de tais diferenças, já sabe que isso não “tem que ser assim”, que pode ser mudado, que pode ser reconstruído de forma lenta e gradual. E quando me dizem: “Você é uma menina, tem que se comportar assim”, eu já não fico fraca, tentando obedecer as normas. Fico forte e digo: “Não, eu não tenho que me comportar desse jeito”. Eu não preciso ser menino para ter mais liberdade. Eu também posso tê-la.''

Mas, como dito anteriormente, o movimento feminista, em especial, luta pela reconstrução da destinação dos brinquedos para cada sexo. Com o acesso à Internet, as feministas puderam propagar  ainda mais essa questão, produzindo textos de protesto e conscientização, postando vídeos em seus blogs e páginas do Facebook. Portanto, esse cenário tem mudado aos poucos, algumas indústrias estão fazendo brinquedos que incentivam as meninas a serem engenheiras, por exemplo. Como pode ser percebido na propaganda  GoldieBlox:

                                           
As mulheres e as TIC’S

Algumas mulheres e feministas se utilizam do ciberespaço como um novo espaço de luta contra a opressão do machismo. O que podemos chamar de Ciberfeminismo, que teve a sua origem com a publicação do Movimento Ciborgue: ciência, tecnologia e feminismo-socialista no final do século XX por Donna Haraway. O surgimento também foi influenciado por atuações artisticas dos grupo VNS Matrix (Austrália).

O Ciberfeminismo é a atuação das mulheres no ciberespaço, que pode ser divido em duas formas: Pela internet e para a internet. No primeiro caso, é nesse espaço em que se organizam, juntam-se e divulgam os seus ideais e a importância da militância feminista. Já na segunda questão, as mulheres produzem softwares livres como acontece no evento EclecticTech Carnival, com a organização desde 2002 pelo grupo Genderchangers.

Muitas mulheres já mostraram sua atuação no campo da tecnologia. É como informa a filosofa Sadie Plant, no seu livro Mulher Digital. Durante as duas guerras mundiais, mulheres foram requisitadas para trabalharem com computação e nas atividades de comunicações militares. Em casos mais particulares de mulheres na tecnologia, tem o exemplo de Sarah Flannery, que aos 16 anos recebeu o prêmio “Jovem Cientista do Ano” pelo trabalho de criptografia na Internet, e por isso ela foi descrita como “hacker de 16 anos”. Contra o sexismo machista dos jogos computacionais e com a violência sendo banalizada, a designer e hacker Anne-Marie Schleiner criou o projeto Mutation.Fem., que é cheio de ideologia feminista. 

                        
Redes sociais: F de Feminismo e de Facebook

Nas redes sociais, em especial o abordado Facebook, os movimentos feministas discutem através dos grupos - sobre as bandeiras do feminismo (legalização do aborto, por exemplo) como NEIM (Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher) da UFBA.

Com esse espaço mais amplo, o feminismo negro conseguiu ter voz também. É preciso fraccionar a luta das mulheres negras das brancas, porque elas, além de sofrerem a dominação de gênero, sofrem a de raça. Uma página muita conhecida pelo movimento feminista é a “Geledés Instituto da Mulher Negra”, uma organização não governamental que discute essa interseccionalidade.

A última página a ser citada aqui é sobre GIG@ (Grupo de Pesquisa em Gênero, Tecnologias Digitais e Cultura) da UFBA, de Graciela Natansohn, doutora  em Comunicação e Cultura Contemporâneas. A pesquisa é voltada nas relações de gênero e o desenvolvimento das tecnologias digitais.

Mas apesar dessa demonstração de participação das feministas na Internet, e com isso parecer que estamos envolvidos no tema, Graciela escreveu o artigo “O Ciberfeminismo Desencantado” no qual expõe que, mesmo depois de 30 anos que o movimento de mulheres e feministas se potencializaram na internet, o Brasil  ainda está caminhando lentamente em relação ao Ciberfeminismo. O artigo é para se referir ao livro “Internet em Código Feminino: teorias e práticas”. A questão é que o Brasil tem poucas referências fortes de ciberfeministas, ou pouca divulgação delas, porque na verdade, são raras as pessoas que conhecem o movimento Ciberfeminista ou que ao menos tenha ouvido falar.

Menina que inventou o carro que não contamina: “o meu talento é a tecnologia”:


Autora: Aline Valadares

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Da Hipodérmica a Convergência Midiática

Há oitenta e quatro anos a Teoria Hipodérmica – elaborada pela Escola Norte-Americana –, surgia como um grande marco nos estudos sobre os efeitos de comunicação de massa. Conforme essa teoria, a sociedade foi vista como uma massa homogênea de indivíduos, que absorviam a mensagem da mídia de forma igualitária.  No entanto, o surgimento da internet atuou como uma verdadeira revolução tecnológica permitindo que a relação entre a mídia e a sociedade não fosse mais algo limitado a estímulo e resposta previsíveis.

Nota-se que cada vez mais o ambiente online está sendo mediado pela cultura participativa, ou seja, o indivíduo deixa de ser passivo e passa a produzir e absorver informações, com a propagação de manifestações coletivas e individuais na internet, principalmente por meio das redes sociais. O Facebook, um dos mais importantes ícones de interação online atualmente, possibilita que os usuários articulem de diversas formas, estejam eles em qualquer lugar do mundo desde que conectados a internet. Tudo isso tem gerado verdadeiras transformações culturais, suprimindo as barreias entre o espaço e o tempo, permitindo a ação e reação quase que simultâneas.

A atual estrutura da sociedade tem como característica principal a informação e a recente explosão das redes sociais difundidas por sites como MySpace, Facebook, Twitter, Linkedln, entre outros, permitem que a chamada Geração Internet não apenas expresse sua opinião, mas também compartilhem informações veiculadas pelos meios de comunicação. O baixo custo, a facilidade de acesso e o uso excessivo da internet faz com que os usuários da rede se interessem cada vez mais em fazer parte da cultura colaborativa, em participar com suas informações, compartilhar aquilo que está acontecendo no seu bairro ou na sua cidade.

O artigo da Revista Temática intitulado: Cultura Participativa e Marketing Viral no Youtube e Redes Sociais, traz dois exemplos que mostram grandes furos jornalísticos gerados através da rede social Twitter: “O primeiro deles seria o caso do “apagão” ocorrido em novembro de 2009. Este fenômeno deixou dez Estados sem energia e muitos brasileiros tiveram problemas para voltar aos seus lares, mas a comunicação compartilhada pela internet, celulares, mídias móveis e vídeos no Youtube ajudou nessa situação de transtorno e divulgação dos fatos”. O outro exemplo se fez evidente quando os veículos midiáticos tradicionais não conseguiram ter acesso ao local dos desabamentos de encostas, no Rio de Janeiro, em decorrência das chuvas no mês março de 2011. “Grande parte da cobertura jornalística foi feita por moradores que presenciavam tais cenas e compartilharam seus depoimentos, fotografias e vídeos através de meios interativos como o Youtube”, diz o artigo.

Estas exemplificações torna possível relacionar dois termos: o crossmídia (quando uma pessoa pode acessar o mesmo conteúdo por diferentes meios, funcionando como propaganda para a expansão do produto – como o DVD de um filme, a camisa e acessórios com os personagens do mesmo filme) e o transmídia (quando diferentes mídias transmitem vários conteúdos ao público, de forma que esses diferentes meios se complementem – é o que acontece com o suíte no jornalismo, quando uma notícia de caráter investigativo se expande por dias, com novas informações que vão se relacionando a fim de se chegar a um desfecho. E é possível perceber que atualmente, com redes sociais como o WhatSapp, o transmídia torna-se mais participativo no dia-a-dia do cidadão no momento em que ele envia uma foto ou um vídeo, a fim de criar meios que juntos criem uma determinada mensagem ou notícia. Essa mudança cultural transforma a relação entre os meios e o público, prova disso é que alguns sites de veículos de comunicação tradicionais têm se adaptado e interagido com a cultura participativa na internet.



O jornal popularmente conhecido como Estadão, um dos veículos de comunicação impressa mais antigos do Brasil, hoje também investe na mídia digital. O Estadão mantém um Twitter oficial, que possui mais de 27.000 seguidores e com publicações de diferentes temáticas. O Fantástico, programa dominical da rede Globo, tem um canal no qual usuários cadastrados podem enviar vídeos, sem tema predefinido, que podem ser gravados por smartphones, filmadora ou máquina digital. Depois de serem selecionados, esses vídeos podem ser exibidos em quadros de participação colaborativas do programa: “Bola Cheia, bola murcha”, “Você no Fantástico” e “Detetive virtual”.




Em seu livro Cultura da Convergência, o autor americano Henry Jenkins relata que a convergência que está ocorrendo se refere ao “fluxo de conteúdos através de múltiplas plataformas de mídia, a cooperação de múltiplos mercados midiáticos e o comportamento migratório dos públicos dos meios de comunicação que vão a quase qualquer parte em busca das experiências de entretenimento que desejam”. Estamos, portanto, na era da convergência midiática, onde as mídias se adaptam a internet e acabam se relacionando umas com as outras a fim de proporcionar uma melhor informação.


De acordo com o texto "A Evolução das Mídias e a Internet: Cultura Participativa transformando os meios decomunicação", "essa mutação na comunicação está atrelada a processos midiáticos que não se enquadram mais na denominação de 'mídias de massa'". Alguns autores chamam de mídias digitais, outros de mídias interativas, novas mídias, etc. Independente do termo utilizado parece ser uma evidência que diferentes formas de consumo, de produção e de distribuição da informação aparecem hoje com os dispositivos e as redes digitais. O que era fluxo massivo nas mídias, como a TV, o rádio e o impresso, passa a desempenhar agora o que sugerimos chamar de “função pós-massiva”, função personalizável, interativa, estimulando não só o consumo, mas também a produção e a distribuição da informação (...) (LEMOS e LEVY, 2010, p. 26).
Após oitenta e quatro anos da Teoria Hipodérmica, o que presenciamos é uma sociedade que se torna cada vez menos manipulada, menos passiva e capaz de interagir, manifestar opiniões e de não apenas receber mais também gerar e contribuir com informações que fazem parte da sua realidade e compartilhá-las na rede.

 Autora: Priscila Silva
Complemento: Lorena Correia

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Bullying Virtual: Uma ameaça online

Com o avanço da tecnologia, e o surgimento das redes sociais, piadas e frases preconceituosas feitas em sala de aula passaram a ocupar com mais frequência o ambiente online – o chamado ciberbullying. A possibilidade de expor sua opinião sem estar cara a cara (através dos celulares, blogs, sites, entre outros), faz com que muitas pessoas cometam atos absurdos na internet. O que se torna cada vez mais preocupante é quando um segredo ou fotos comprometedoras de alguém é colocado na internet, gerando desespero na vítima que pode levá-la a cometer suicídio.

O caso de suicídio da adolescentede 15 anos, Amanda Todd, no Canadá em 2012 fez com que vários países vissem as provocações e intimidações online como algo a ser combatido. Após ter suas fotos de topless distribuída entre os colegas da escola, Amanda entrou em depressão e buscou nas drogas um refúgio. Mas não adiantou. Casos semelhantes têm acontecido no Brasil recentemente, onde a liberdade de expressão que se tem na internet e que pode interferir de forma negativa na vida de alguém, adquire rumos que se renovam. Pois muitas pessoas que sofreram bullying, acaba retribuindo e torna este ato um ciclo que cresce a cada dia.

Mas, tentativas para banir o ciberbullying estão sendo pensadas. A americana Trisha Prabhu de 13 anos, escreveu o projeto Rethink para o Google Science Fair a fim de reduzir a prática no ambiente online. De acordo com suas pesquisas cerca de 50% dos jovens na faixa etária de 12 a 18 anos são vítimas deste crime; e mais de um em cada três adolescentes já sofreram ameaças online. O objetivo do Rethink é diminuir o fluxo de mensagens ofensivas nas redes sociais, fazendo com que a pessoa repense sua ação através de um sinal de alerta.  




Bullying contra os nordestinos

Com as eleições para presidente deste ano, a disputa acirrada entre os candidatos Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) dividiu os votos entre os brasileiros, em que a grande quantidade de votos do nordeste destinado à candidata possibilitou sua reeleição. Este fato gerou revolta entre muitos eleitores de Aécio Neves (do sul e sudeste), que vieram com ofensas aos nordestinos. Mas locais como Manaus já possui formas de combate ao preconceito gerado nas redes sociais – principalmente no Twitter.


O incentivo a pessoas que sejam ofendidas na internet, é que procure órgãos de defesa do cidadão, como o Ministério Público, a Ordem dos Advogados do Brasil e a Polícia Civil, a fim de realizar as denúncias. Afinal, o que deveria ser um ato democrático, onde as discussões e ideias fossem respeitadas (para se chegar ao candidato escolhido), ganhou uma grande repercussão na rede, de tal forma que chegou a reduzir a ideia de democracia e de liberdade de expressão. 

Autora: Lorena Correia

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Brasil x China: Diferença eleitoral online


Ao longo dos anos, a política no Brasil passou a utilizar inúmeras vezes a internet e conseqüentemente as redes sociais. Estamos em ano de eleição presidencial, e a liberdade em expor opiniões sobre candidatos, tirar foto com eles e defendê-los passou a fazer parte do dia-a-dia do brasileiro. Temos sorte, pois países como a China possuem uma censura consistente, que priva a livre possibilidade de navegar na internet e ver o que tiver vontade. São dois países diferentes, que também utilizam o mundo virtual sem nenhuma semelhança ou proximidade, principalmente quando se trata de política ou eleições.

Para haver uma regularização de direitos e deveres dos cidadãos brasileiros no ambiente virtual, foi sancionado – pela presidenta Dilma Rousseff, em 23 de abril deste ano - o Marco Civil da Internet. A lei traz a garantia de liberdade de expressão, a proteção da privacidade e o estabelecimento da neutralidade da rede como princípios básicos na Internet.  Além disso, ainda é vivo o debate sobre os direitos autorais online, sobre o que pode ser baixado ou copiado. Sendo que em período eleitoral tudo é válido, e passamos a colocar ainda mais em prática o conceito da ciberdemocracia, onde o cidadão, por meio da utilização das novas tecnologias ajuda a criar processos e mecanismo de discussão, a partir de um diálogo entre ele e o Estado, para se chegar a uma política de decisões.

Teve plebiscito e optaram pela democracia. E isso define os princípios de Governança e Uso da Internet no Brasil, onde a liberdade e estímulo ao criativo tornam-se uma das práticas mais utilizadas pelo povo brasileiro. Os dois candidatos ao segundo turno da eleição presidencial de 2014 (assim como inúmeros políticos) possuem site, perfil no Facebook, Twitter, e várias outras formas de mostrar suas propostas ao público. Portanto, na era digital e das redes online, a opinião pública tornou-se uma importante ferramenta para saber o que está certo ou o que precisa mudar. Com as eleições, pesquisas como a do Datafolha são feitas através da coleta de opiniões de uma quantidade de pessoas de determinada região, a fim de saber qual candidato escolheu para votar.

E a China caro leitor? Ao contrário do nosso país, nela há o autoritarismo do Partido Comunista da China (PCC) que possui fortes restrições à internet, à imprensa, à liberdade de expressão, entre outras coisas. Oposição não existe, assim como essa ligação (quase que familiar) entre candidato e eleitores brasileiros, seja pessoalmente, nas redes sociais ou na própria Internet. Uma matéria do site Canaltech, traz o relato do cientista político Gary King, garantindo que o partido comunista chinês promove o maior ato de restrição à liberdade de expressão da história da humanidade. Então além da fiscalização de sites, o Facebook e o Twitter tiveram seu uso proibido por lá.

De acordo com o filósofo alemão Jürgen Habermas, a esfera pública representa uma dimensão do social que atua como mediadora entre o Estado e a sociedade. Ou seja, nela os cidadãos se comportam como corpo público quando se comunicam de maneira irrestrita sobre assuntos de interesse geral. As eleições proporcionam o diálogo entre as pessoas, tendo como mediadora principal a Internet. É possível que os modos de manuseio do ambiente online na China não se concretizem no Brasil. Mas é importante perceber que os realizadores da esfera pública somos nós, com a existência de um único partido ou de vários que possa escolher.

O Brasil está proporcionando, amplamente, a mesclagem entre mídias. O debate eleitoral de tal emissora é comentado em tempo real no Twitter ou Facebook, e quando termina simplesmente já está disponível no Youtube. É uma rede de comunicação onde à participação das pessoas torna-se necessária. Enquanto a China proíbe e fiscaliza de forma incansável o que se passa pela Internet, aqui escolhemos quem vai nos liderar, opinamos, discutimos, tiramos selfies alegres com candidatos. Pois, mesmo com todos os problemas políticos do nosso país, como a corrupção, é essa a imagem que muitos têm de nós, seja de forma pessoal ou virtual.



Autora: Lorena Correia


Manifestações Políticas


Em 2013 a população brasileira fez das ruas do país a sua arquibancada política e protestou contra o aumento do preço da passagem de ônibus. Cartazes com a frase “ Não é só por 0,20 centavos” apareceram em meio as passeatas expressando a insatisfação da população com o atual sistema político brasileiro. Melhorias na educação, saúde, moradia e transporte foi o que pediu milhões de brasileiros que foram as ruas protestar. Muitos jovens participaram das manifestações e o que se via no semblante de cada um deles era uma enorme vontade de mudança. Foi um movimento politizado,  e objetivo suscitando nas pessoas o civismo que a muito não se ouvia falar. A última vez que ele apareceu de forma tão nítida foi em 1984 no movimento conhecido como Diretas Já que pedia eleições direta no Brasil e em 1922 com a mobilização estudantil caras-pintadas,que lutou pelo impeachment do então presidente Fernando Collor.

As redes sociais em 2013 constituíram-se como potencializadores das manifestações isso porque permitiu um maior fluxo informacional em menor escala de tempo, permitindo que as pessoas soubessem em tempo real o que estava acontecendo em determinado local. Já imaginou como seria se as redes sociais existissem na época da manifestação caras pintadas ou na época das Diretas já? Certamente a mobilização seria ainda maior do que foi, mais pessoas seriam alcançadas, recursos como fotos e vídeos atuariam como instrumentos de denuncia das opressões e violências que ocorreram. Em seu trabalho “ Internet e participação política em sociedades democráticas. Gomes (2005b) atribui a internet algumas vantagens tais como ; 1) superação dos limites do tempo e espaço para a participação política; 2) extensão e qualidade do estoque de informação online;3) comodidade,conforto,conveniência e custo; 4) facilidade e extensão de acesso; 5) sem filtros nem controles; 6) interatividade e interação e 7)oportunidade para vozes minoritárias ou excluídas .

Desde as Diretas Já até os protestos que ocorreram em 2013 tem ficado claro que as ferramentas de mobilização de massas passaram por uma forte transição. Assembleias e folhetos tem dado lugar a eventos online e post escritos, dessa vez não apenas por lideranças pré-estabelecidas , mas por pessoas comuns , das mais distintas origens e que se deram conta que podem se fazer ouvir e que tem poder enquanto cidadãos passando a ter uma visão mais definida do significado genuíno da democracia e da participação.  E isso vem reformulando a visão daqueles que são cobrados pela a população. Políticos e governos também passaram a utilizar as redes sociais tanto para a gestão interna, quanto como forma de responder de forma mais ágil as reivindicações, críticas e as sugestões de seus eleitores.  Tendo em vista o grande poder de mobilização das mídias sociais  após as manifestações que ocorreram no Brasil, o  Governo Federal criou  uma rede social denominada ObservatórioParticipativo da Juventude, um espaço virtual voltado a produção de conhecimento sobre a juventude brasileira, com participação e mobilização social. O participatório se propõe a promover a participação política em ambientes virtuais através de debates e mobilizações. Discussões como reforma política, enfrentamento da violência contra a juventude negra foi propostos. “A web é a melhor forma de estimularmos a democracia nos tempos atuais”, afirmou Wagner Diniz, gerente da WC3 Brasil.

No momento os debates estão suspensos no Participatório durante o período eleitoral. Por ser uma ferramenta do Governo Federal, talvez torne-se um pouco imparcial e nesse ponto deva-se problematizar sobre a verdadeira democracia.  As redes sociais e sua atuação com esfera política proporcionou as manifestações de Junho de 2013 dimensões maiores, as informações chegaram para todos e foram construídas por todos .

Autora: Priscila Silva