sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Bullying Virtual: Uma ameaça online

Com o avanço da tecnologia, e o surgimento das redes sociais, piadas e frases preconceituosas feitas em sala de aula passaram a ocupar com mais frequência o ambiente online – o chamado ciberbullying. A possibilidade de expor sua opinião sem estar cara a cara (através dos celulares, blogs, sites, entre outros), faz com que muitas pessoas cometam atos absurdos na internet. O que se torna cada vez mais preocupante é quando um segredo ou fotos comprometedoras de alguém é colocado na internet, gerando desespero na vítima que pode levá-la a cometer suicídio.

O caso de suicídio da adolescentede 15 anos, Amanda Todd, no Canadá em 2012 fez com que vários países vissem as provocações e intimidações online como algo a ser combatido. Após ter suas fotos de topless distribuída entre os colegas da escola, Amanda entrou em depressão e buscou nas drogas um refúgio. Mas não adiantou. Casos semelhantes têm acontecido no Brasil recentemente, onde a liberdade de expressão que se tem na internet e que pode interferir de forma negativa na vida de alguém, adquire rumos que se renovam. Pois muitas pessoas que sofreram bullying, acaba retribuindo e torna este ato um ciclo que cresce a cada dia.

Mas, tentativas para banir o ciberbullying estão sendo pensadas. A americana Trisha Prabhu de 13 anos, escreveu o projeto Rethink para o Google Science Fair a fim de reduzir a prática no ambiente online. De acordo com suas pesquisas cerca de 50% dos jovens na faixa etária de 12 a 18 anos são vítimas deste crime; e mais de um em cada três adolescentes já sofreram ameaças online. O objetivo do Rethink é diminuir o fluxo de mensagens ofensivas nas redes sociais, fazendo com que a pessoa repense sua ação através de um sinal de alerta.  




Bullying contra os nordestinos

Com as eleições para presidente deste ano, a disputa acirrada entre os candidatos Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) dividiu os votos entre os brasileiros, em que a grande quantidade de votos do nordeste destinado à candidata possibilitou sua reeleição. Este fato gerou revolta entre muitos eleitores de Aécio Neves (do sul e sudeste), que vieram com ofensas aos nordestinos. Mas locais como Manaus já possui formas de combate ao preconceito gerado nas redes sociais – principalmente no Twitter.


O incentivo a pessoas que sejam ofendidas na internet, é que procure órgãos de defesa do cidadão, como o Ministério Público, a Ordem dos Advogados do Brasil e a Polícia Civil, a fim de realizar as denúncias. Afinal, o que deveria ser um ato democrático, onde as discussões e ideias fossem respeitadas (para se chegar ao candidato escolhido), ganhou uma grande repercussão na rede, de tal forma que chegou a reduzir a ideia de democracia e de liberdade de expressão. 

Autora: Lorena Correia

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Brasil x China: Diferença eleitoral online


Ao longo dos anos, a política no Brasil passou a utilizar inúmeras vezes a internet e conseqüentemente as redes sociais. Estamos em ano de eleição presidencial, e a liberdade em expor opiniões sobre candidatos, tirar foto com eles e defendê-los passou a fazer parte do dia-a-dia do brasileiro. Temos sorte, pois países como a China possuem uma censura consistente, que priva a livre possibilidade de navegar na internet e ver o que tiver vontade. São dois países diferentes, que também utilizam o mundo virtual sem nenhuma semelhança ou proximidade, principalmente quando se trata de política ou eleições.

Para haver uma regularização de direitos e deveres dos cidadãos brasileiros no ambiente virtual, foi sancionado – pela presidenta Dilma Rousseff, em 23 de abril deste ano - o Marco Civil da Internet. A lei traz a garantia de liberdade de expressão, a proteção da privacidade e o estabelecimento da neutralidade da rede como princípios básicos na Internet.  Além disso, ainda é vivo o debate sobre os direitos autorais online, sobre o que pode ser baixado ou copiado. Sendo que em período eleitoral tudo é válido, e passamos a colocar ainda mais em prática o conceito da ciberdemocracia, onde o cidadão, por meio da utilização das novas tecnologias ajuda a criar processos e mecanismo de discussão, a partir de um diálogo entre ele e o Estado, para se chegar a uma política de decisões.

Teve plebiscito e optaram pela democracia. E isso define os princípios de Governança e Uso da Internet no Brasil, onde a liberdade e estímulo ao criativo tornam-se uma das práticas mais utilizadas pelo povo brasileiro. Os dois candidatos ao segundo turno da eleição presidencial de 2014 (assim como inúmeros políticos) possuem site, perfil no Facebook, Twitter, e várias outras formas de mostrar suas propostas ao público. Portanto, na era digital e das redes online, a opinião pública tornou-se uma importante ferramenta para saber o que está certo ou o que precisa mudar. Com as eleições, pesquisas como a do Datafolha são feitas através da coleta de opiniões de uma quantidade de pessoas de determinada região, a fim de saber qual candidato escolheu para votar.

E a China caro leitor? Ao contrário do nosso país, nela há o autoritarismo do Partido Comunista da China (PCC) que possui fortes restrições à internet, à imprensa, à liberdade de expressão, entre outras coisas. Oposição não existe, assim como essa ligação (quase que familiar) entre candidato e eleitores brasileiros, seja pessoalmente, nas redes sociais ou na própria Internet. Uma matéria do site Canaltech, traz o relato do cientista político Gary King, garantindo que o partido comunista chinês promove o maior ato de restrição à liberdade de expressão da história da humanidade. Então além da fiscalização de sites, o Facebook e o Twitter tiveram seu uso proibido por lá.

De acordo com o filósofo alemão Jürgen Habermas, a esfera pública representa uma dimensão do social que atua como mediadora entre o Estado e a sociedade. Ou seja, nela os cidadãos se comportam como corpo público quando se comunicam de maneira irrestrita sobre assuntos de interesse geral. As eleições proporcionam o diálogo entre as pessoas, tendo como mediadora principal a Internet. É possível que os modos de manuseio do ambiente online na China não se concretizem no Brasil. Mas é importante perceber que os realizadores da esfera pública somos nós, com a existência de um único partido ou de vários que possa escolher.

O Brasil está proporcionando, amplamente, a mesclagem entre mídias. O debate eleitoral de tal emissora é comentado em tempo real no Twitter ou Facebook, e quando termina simplesmente já está disponível no Youtube. É uma rede de comunicação onde à participação das pessoas torna-se necessária. Enquanto a China proíbe e fiscaliza de forma incansável o que se passa pela Internet, aqui escolhemos quem vai nos liderar, opinamos, discutimos, tiramos selfies alegres com candidatos. Pois, mesmo com todos os problemas políticos do nosso país, como a corrupção, é essa a imagem que muitos têm de nós, seja de forma pessoal ou virtual.



Autora: Lorena Correia


Manifestações Políticas


Em 2013 a população brasileira fez das ruas do país a sua arquibancada política e protestou contra o aumento do preço da passagem de ônibus. Cartazes com a frase “ Não é só por 0,20 centavos” apareceram em meio as passeatas expressando a insatisfação da população com o atual sistema político brasileiro. Melhorias na educação, saúde, moradia e transporte foi o que pediu milhões de brasileiros que foram as ruas protestar. Muitos jovens participaram das manifestações e o que se via no semblante de cada um deles era uma enorme vontade de mudança. Foi um movimento politizado,  e objetivo suscitando nas pessoas o civismo que a muito não se ouvia falar. A última vez que ele apareceu de forma tão nítida foi em 1984 no movimento conhecido como Diretas Já que pedia eleições direta no Brasil e em 1922 com a mobilização estudantil caras-pintadas,que lutou pelo impeachment do então presidente Fernando Collor.

As redes sociais em 2013 constituíram-se como potencializadores das manifestações isso porque permitiu um maior fluxo informacional em menor escala de tempo, permitindo que as pessoas soubessem em tempo real o que estava acontecendo em determinado local. Já imaginou como seria se as redes sociais existissem na época da manifestação caras pintadas ou na época das Diretas já? Certamente a mobilização seria ainda maior do que foi, mais pessoas seriam alcançadas, recursos como fotos e vídeos atuariam como instrumentos de denuncia das opressões e violências que ocorreram. Em seu trabalho “ Internet e participação política em sociedades democráticas. Gomes (2005b) atribui a internet algumas vantagens tais como ; 1) superação dos limites do tempo e espaço para a participação política; 2) extensão e qualidade do estoque de informação online;3) comodidade,conforto,conveniência e custo; 4) facilidade e extensão de acesso; 5) sem filtros nem controles; 6) interatividade e interação e 7)oportunidade para vozes minoritárias ou excluídas .

Desde as Diretas Já até os protestos que ocorreram em 2013 tem ficado claro que as ferramentas de mobilização de massas passaram por uma forte transição. Assembleias e folhetos tem dado lugar a eventos online e post escritos, dessa vez não apenas por lideranças pré-estabelecidas , mas por pessoas comuns , das mais distintas origens e que se deram conta que podem se fazer ouvir e que tem poder enquanto cidadãos passando a ter uma visão mais definida do significado genuíno da democracia e da participação.  E isso vem reformulando a visão daqueles que são cobrados pela a população. Políticos e governos também passaram a utilizar as redes sociais tanto para a gestão interna, quanto como forma de responder de forma mais ágil as reivindicações, críticas e as sugestões de seus eleitores.  Tendo em vista o grande poder de mobilização das mídias sociais  após as manifestações que ocorreram no Brasil, o  Governo Federal criou  uma rede social denominada ObservatórioParticipativo da Juventude, um espaço virtual voltado a produção de conhecimento sobre a juventude brasileira, com participação e mobilização social. O participatório se propõe a promover a participação política em ambientes virtuais através de debates e mobilizações. Discussões como reforma política, enfrentamento da violência contra a juventude negra foi propostos. “A web é a melhor forma de estimularmos a democracia nos tempos atuais”, afirmou Wagner Diniz, gerente da WC3 Brasil.

No momento os debates estão suspensos no Participatório durante o período eleitoral. Por ser uma ferramenta do Governo Federal, talvez torne-se um pouco imparcial e nesse ponto deva-se problematizar sobre a verdadeira democracia.  As redes sociais e sua atuação com esfera política proporcionou as manifestações de Junho de 2013 dimensões maiores, as informações chegaram para todos e foram construídas por todos .

Autora: Priscila Silva