sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Marketing Digital nas Redes Sociais

 Uma pesquisa realizada pela consultoria A.T.Kearney
apontou que o Brasil é o país no qual os internautas passam mais tempo na internet. Entre mil entrevistados no Brasil, 51% afirmaram que passam o dia todo conectados, sendo predominante a taxa de uso em redes sociais. Esse fato vem chamando a atenção das micro,pequenas e grandes empresas que utilizam as redes como ferramentas de marketing digital.

Segundo especialistas, o marketing digital está se tornando cada dia mais importante para os negócios e para as empresas.  O crescimento do marketing pela internet deve-se aos benefícios proporcionados tais como: conforto,menor custo, relacionamento mais próximo, rapidez e a possibilidade de coletar dados mais detalhados. Uma pesquisa realizada pela  Value of Social Media Report in association with Online Marketing Summit (2009) aponta que a rede social mais utilizada com fins de marketing digital é o Facebook.


A Coxinha deMainha, produto comercializado no Campus de Ondina, na UFBA, construiu sua fama através do marketing que realizou no Facebook. Em aproximadamente 3 meses de uso, a página tem cerca de 1.264 curtidas atualmente e um grande  alcance das publicações. 
Segundo a administradora da página, Priscila Santos, após a criação da página e o marketing desenvolvido nela, o produto vendido ganhou grande notoriedade. Esse é apenas um exemplo, mas hoje, mais de dois milhões de pequenas empresas brasileiras estão presentes no Facebook e cerca de 80% dos brasileiros ativos na rede social, um total de 72 milhões de pessoas estão conectados a uma dessas páginas.

Pensando nisso, o Facebook quer ajudar os empreendedores a alavancarem suas páginas. Até o final do ano a comunidade de Heliópolis,em São Paulo,deve ganhar um centro de treinamentos em mídias sociais. Nele, jovens e comerciantes poderão fazer cursos para aprender a usar o Facebook como ferramenta de marketing para seus pequenos negócios, sejam eles padarias,lojas ou lanchonetes.

Um exemplo de um caso de sucesso de marketing derelacionamento é a Fan Page da Prefeitura de Curitiba. Há pouco mais de um ano, essa fan page tem chamado a atenção de usuários pela criatividade e bom humor. Postagens de comunicação institucional misturam-se a atualizações com referências a vídeo- games, memes e séries de TV.  É incomum vermos uma página séria desejando boa noite aos usuários ao som de Grizzly Bear “Yet Again” .

Outro episódio que gerou grande repercussão foi o Casamento da Prefs Através de uma integração entre as marcas, a prefeitura de Curitiba e do Rio de Janeiro resolveram promover uma ação social. A Prefeitura do Rio de Janeiro pediu em casamento a prefeitura de Curitiba. Naná Coutinho, a social media à frente da prefeitura carioca, disse ver na “paquera” um jeito divertido de interagir.
O casamento teve noivado e lista de presentes da #ListadaNoiva. Entre os pedidos da lista de presentes, feita pela Prefeitura de Curitiba estavam : Levar 50 crianças ao cinema e 50 crianças ao teatro, doar 100 livros para escolas municipais, limpar 20 paredes pichadas,criar uma ação de resgate da autoestima de mulheres vítimas de violência, entre outros.

O casamento foi chamado de “Casamento Vermelho” (inspirado em Game of Trones). A cor escolhida foi porque nesse dia, os fãs foram convidados a participar da doação de sangue. O Hemobanco afirmou que as doações de sangue no dia marcado ultrapassaram a capacidade diária. Todos os pontos de doação receberam um número excedente de pessoas, muito além do que normalmente recebem. 

Como as redes sociais na Internet ampliaram as possibilidades de conexões, aumentaram também a capacidade de difusão de informações que esses grupos possuíam. No espaço off-line, uma notícia ou informação só se propaga na rede através das conversas entre as pessoas. Nas redes sociais online, essas informações são muito mais amplificadas, reverberadas, discutidas e transmitidas.


Autora: Priscila Silva

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

“O verdadeiro computador é a rede”



Quando algo passa a fazer parte do cotidiano, torna-se imperceptível. Pra que tirar uma foto, revelá-la e guardá-la em um álbum de família ao qual as pessoas só terão acesso se forem a sua residência, se pode compartilha-la em tempo real com milhares de pessoas pelas redes sociais? Porque guardar seus questionamentos, seus feitos, seus pensamentos, suas descobertas se pode compartilhar com o resto do mundo?
Todos podem se tornar emissores e produtores de sentidos, compartilhando e criando conteúdos em tempo real. Essa evolução na interatividade comunicacional é promovida pela cibercultura.
A cibercultura se origina da ligação entre cibernética e cultura. A cibernética é uma ciência voltada para a tecnologia avançada. No contexto atual, a tecnologia se relaciona com a cultura, contemplando fenômenos relacionados ao ciberespaço. Segundo Pierre Lévy, o ciberespaço é o novo meio de comunicação que surge da intercomunicação mundial dos computadores.
Em seu livro Ciber-Cultura-Remix, o professor André Lemos, caracteriza a cibercultura por três “leis” fundadoras, que ajuda a entender os fenômenos do ciberespaço, o sistema pós-massivo e o contexto comunicacional atual e seus desdobramentos:

A primeira lei é a da liberação do pólo da emissão

As mídias de massa pré-digitais mantinham os indivíduos isolados, anônimos, uma massa atomizada. Seu público era passivo e homogêneo, cultivavam apenas a cultura da leitura. Se o “alvo” é alcançado, a informação obtém o efeito esperado. Com a liberação do pólo da emissão há uma compreensão verdadeira da frase de Lasswell: “Nem todas as pessoas são membros do público mundial”. A cibercultura trouxe possibilidade de ampliar a leitura, e o principal, permitiu a produção de conteúdo sem a necessidade de autorização prévia.

A segunda lei é do princípio de conexão em rede

Essa produção de conteúdo só tem sentido quando compartilhada em rede. Trata-se da segunda lei da conexão generalizada e aberta. Socializo logo existo. Começa com a transformação do PC (computador pessoal, início da microinformática em 1970) em CC (computador coletivo, com o surgimento da internet e sua popularização nos anos 80 e 90), e o atual CC móvel (computador coletivo móvel) a era da ubiquidade e da computação pervasiva desse início de século XXI com a explosão de novas tecnologias.

A terceira lei é a da reconfiguração de formatos midiáticos e práticas sociais

As pessoas devem evitar a lógica de substituição, porque a ideia de reconfiguração vai além da remediação de um meio sobre o outro. A maior prova é o fato de atualmente existirem dois sistemas em funcionamento no âmbito comunicacional: o sistema de massa da informação controlada, mediada e confiada e o sistema pós-massivo da informação aberta. Sendo esta uma era riquíssima em possibilidades de acesso a informação imediata. Não há como saber o futuro dos recursos massivos que temos hoje, porém já ficou claro que um meio não veta a circulação de outro. A televisão não acabou com o rádio, assim como os e-books não exterminam os livros físicos.
A cibercultura causou diversos desdobramentos comunicacionais, atendeu a emergência de vozes e discursos fazendo com que a informação circule de forma rápida e aberta. Hoje já existem mais objetos conectados a rede, que pessoas no mundo. O que Albert Einstein chamou de bomba das telecomunicações, foi chamado por Roy Ascott, de segundo dilúvio o das informações, por conta da natureza exponencial, explosiva e caótica de sua quantidade de dados.
Isso leva a três pontos contemporâneos que se interligam: o excesso de informação, a quantidade de dispositivos e a presença desses dispositivos no cotidiano, ou seja, Big Data, Internet das Coisas e Computação Ubíqua.


O que é cibercultura?

Cibercultura





Da era do mainframes ao paradigma da computação ubíqua

Segundo McLuhan em sua obra Os meios de comunicação como extensões do homem, o computador consiste numa extensão do sistema nervoso central do homem. Os primeiros computadores de grande porte chamados de mainframes, normalmente eram utilizados somente para processamento de grande volume de dados (O termo mainframe se refere ao gabinete principal que alojava a unidade central de fogo nos primeiros computadores).
Até o início da década de 60, estas máquinas eram construídas exclusivamente para agências governamentais e para fins militares.
Enquanto os mainframes ocupavam grandes salas e consumiam enormes recursos, em meados da década de 1970 surgem máquinas menores e mais baratas chamadas de PC (computadores pessoais), dando inicio a microinformática. Esses computadores deixaram de utilizar válvulas de vácuo para passarem a ser gradualmente transistorizados o que os levou a serem mais duradouros, pequenos, eficientes, fiáveis e baratos.
Mas o mundo só começa a dar seus primeiros passos para tornar-se uma “Aldeia Global” com o surgimento da internet e através dela o CC (computador coletivo). Afinal, “O verdadeiro computador é a rede”.
Evoluindo mais um pouco chegasse ao CC móvel (computador coletivo móvel) e a computação pervasiva. Como foi dito no inicio desse texto algo que passa a fazer parte do cotidiano, torna-se imperceptível. É assim a presença direta e constate da informática e da tecnologia na vida das pessoas.
A computação pervasiva ou ubíqua tem o objetivo de integrar totalmente a relação tecnologia/máquina com os seres humanos, de forma tal que seja invisível, no sentido de automático (utilizar sem perceber). Os computadores fazem parte da vida das pessoas de tal maneira que se tornam “humanos”, com seus sistemas inteligentes, que os tornam onipresentes.
Um exemplo prático desta funcionalidade são casas que podem ser controladas por meio da tecnologia ubíqua; iluminação pode ser acionada, ligar ou desligar televisores e equipamentos eletroeletrônicos, até o monitoramento de pessoas acamadas ou controlar os itens da dispensa pelo prazo de validade, entre outros.
O futuro breve da computação pervasiva é a interação total, não somente de celulares, computadores, televisores ou e-books, mas também de outros dispositivos como, por exemplo, vários dispositivos domésticos, geladeiras, TVs, lavadoras de roupa, cafeteiras, entre outros. Esta previsão está dentro do que se conhece como Internet das Coisas (A “Internet das Coisas” se refere a uma revolução tecnológica que tem como objetivo conectar os itens usados do dia a dia à rede mundial de computadores.).
O mundo já é repleto de informações que crescem a cada milésimo se segundo. Milhares de dispositivos estão conectados neste exato momento alimentando a rede. No balanço de dados do ano passado (2013) 43% da população brasileira tinha internet em casa, mais de 102,3 milhões de internautas, isso quer dizer que são milhares de dados lançados na rede somente no Brasil. Com a computação pervisiva e a internet das coisas a quantidade de informações vai se multiplicar e haverá a necessidade de uma organização inteligente dos dados. Nesse contexto surge o Big Data, justamente para evitar o “caos” do excesso. Big Data refere-se a um grande armazenamento de dados e maior velocidade. Diz-se que o Big Data se baseia em 5"V" : velocidade, volume, variedade, veracidade e valor.





Big Data é conceituado como um conjunto de dados extremamente grandes e que, por este motivo, necessitam de ferramentas especialmente preparadas para lidar com grandes volumes, de forma que toda e qualquer informação nestes meios possa ser encontrada, analisada e aproveitada em tempo hábil.
Com as informações em mãos uma empresa pode utiliza-las para melhorar um produto, criar uma estratégia de marketing mais eficiente, cortar gastos, produzir mais, evitar o desperdício de recursos, superar um concorrente, disponibilizar um serviço a um cliente de maneira satisfatória, no caso das redes sociais adquirir mais usuários, seguidores e etc. O Facebook é um exemplo de empresa que se beneficia de Big Data: as bases de dados do serviço aumentam todo dia e são utilizadas para determinar relações, preferências e comportamentos dos usuários.
As tecnologias atuais nos permitiram aumentar exponencialmente a quantidade de informações no mundo e, agora, empresas, governos e outras instituições precisam saber lidar com esta "explosão" de dados. O Big Data se propõe a ajudar nesta tarefa, uma vez que as ferramentas computacionais usadas até então para gestão de dados, por si só, já não podem fazê-lo satisfatoriamente.
Tomado como base apenas a internet, a quantidade de dados que são gerados diariamente somente nas redes sociais; a imensa quantidade de sites na Web e blogs; as ascendentes compras on-line por meio até do celular, quando o máximo de informatização que as lojas tinham em um passado não muito distante eram sistemas isolados para gerenciar os seus estabelecimentos físicos.
Em suma, estar em rede condiciona o indivíduo a tornar-se produtor. As informações produzidas de diversos dispositivos são em seu total valiosíssimas. O volume de dados conduz a necessidade de aproveitá-los ao máximo. Com isso, a cibercultura promoveu e continua promovendo a interatividade comunicacional na era da ampla leitura e principalmente da escrita livre.



Autora: Paula Trindade