sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Redes Sociais e a Serendipidade


Na vida procuramos nos cercar de pessoas que nos fazem bem. Adicionamos em nossa rede pessoas com quem temos afinidades. Por isso acabamos de certa forma limitando nossos horizontes. Grupos, amigos, páginas e fotos curtidas, cutucadas, toda essa estrada percorrida por nós nas redes sociais acaba nos envolvendo em um círculo que dificulta o acontecimento da serendipidade.
Nos acostumamos com a estabilidade do nosso mundo online exatamente porque esse mundo, diferente da realidade, esta sobre nosso “controle”. É como a teoria do mundo das ideias de Platão, o filósofo grego, propôs que o mundo real era apenas uma cópia mal feita do mundo perfeito das ideias.
Partimos do princípio que as tecnologias surgiram para nos trazer conforto. E buscar coisas novas nos desafiam. A serendipidade é complexa e isso se torna um empecilho. O que precisamos entender é que complexidade não descreve algo difícil, mas algo que precisa ser tecido junto com pessoas heterogêneas interagindo, pois somente assim adquirimos novas informações e podemos atingir a serendipidade.
No cotidiano tomamos posse de um pensamento linear e racional de realizar metodicamente nossas atividades diárias. Esquecemos da subjetividade das coisas. Nos privamos das novas experiências. As redes sociais são um meio importante de interação, mas interagimos apenas com o que escolhemos.
A serendipidade tem uma ligação com a estética da comunicação, pois a estética tem como principio básico, a busca pelo questionamento continuo sobre todas as coisas. Utiliza-se da experiência para responder as perguntas levantadas e abre espaço para novos questionamentos. É isso que nos falta, abrirmos nossas mentes para uma catarse.


Autora: Paula Trindade

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